O mundo de Animus Aetherium começava a sentir, de maneira inegável e por vezes caótica, a influência das novas cores do espectro emocional. Relatos de explosões de raiva inexplicáveis que levavam à destruição, ondas de cobiça repentina que incitavam furtos e discórdia, cidades inteiras paralisadas pelo medo e, em contraste, momentos de esperança radiante que surgiam em meio ao desespero, se espalhavam pelos quatro cantos do planeta. Os Lanternas Primais, ainda descobrindo a extensão e as nuances de seus próprios poderes, começavam a cruzar seus caminhos, nem sempre de forma amigável, em um verdadeiro Teste das Emoções que Zestial havia previsto.
Ponto de Vista de Ash Ketchum (Lanterna Branco da Vida): A Luz da Cura e da Preocupação
Ash sentia o calor reconfortante e a energia vital do Anel Branco da Vida fluindo através de si enquanto curava um grupo de Pokémon selvagens, que haviam se ferido em uma misteriosa explosão de energia vermelha. A vida que ele irradiava parecia restaurar suas energias exauridas e acalmar seu pavor instintivo. No entanto, ele também havia testemunhado cenas preocupantes: uma treinadora Pokémon que, antes sensata, estava agora dominada por um desejo incontrolável de capturar todos os Pokémon que via, ignorando completamente seu bem-estar; e relatos de uma floresta vizinha mergulhada em um terror inexplicável, com os Pokémon selvagens fugindo desesperadamente de sombras que só existiam em suas mentes atormentadas.
"Algo está acontecendo, Pikachu," Ash murmurou, com a voz carregada de preocupação, enquanto acariciava a cabeça de seu fiel parceiro. "Esses anéis... eles estão afetando as pessoas e os Pokémon de maneiras estranhas, distorcendo suas emoções."
De repente, uma explosão de energia vermelha cortou o céu à distância, brilhando como uma supernova sombria. Uma onda de raiva crua e destrutiva atingiu Ash, fazendo Pikachu soltar um choque elétrico fraco em resposta. Intrigado pela intensidade da fúria e preocupado com o impacto dessa emoção descontrolada nos seres vivos, Ash seguiu resolutamente na direção da explosão, o Anel Branco brilhando intensamente em seu dedo, guiando-o para o epicentro da fúria. A vida pulsante no anel reagia à energia destrutiva à frente, como um farol contra a escuridão.
Ponto de Vista de Akuma No Kenji (Lanterna Vermelho da Raiva): O Fogo Cego da Vingança
A raiva o consumia, um monstro faminto em seu peito, o Anel Vermelho pulsando em sincronia com cada lembrança vívida da traição que desonrou seu nome e destruiu seu clã. Kenji havia encontrado um grupo de caçadores Pokémon explorando uma área protegida, roubando e ferindo indiscriminadamente, e sua fúria explodiu sem controle, transformando-se em construtos de energia vermelha que os subjugavam impiedosamente, um a um. A satisfação momentânea era avassaladora, mas logo substituída por um vazio implacável, uma sede que nunca seria saciada. A vida dos Pokémon ali presentes parecia insignificante diante de sua sede de vingança contra aqueles que o haviam prejudicado no passado, uma sede que eclipsava tudo.
Enquanto se preparava para partir, uma figura surgiu no céu, envolta em uma aura branca brilhante, como um anjo de luz. Era um jovem, acompanhado de um Pikachu determinado, e ele irradiava uma energia vital que contrastava chocantemente com sua fúria ardente.
"Você precisa parar!" o garoto de branco exclamou, sua voz carregada de preocupação genuína pela vida dos caçadores e dos Pokémon, ignorando a ameaça que Kenji representava. "Essa raiva está destruindo tudo! Não há nada de bom nisso!"
Kenji zombou, uma expressão de desprezo em seu rosto. "Destruir? Eles merecem! O mundo tirou tudo de mim, e eu irei tirar de volta, com juros."
O choque entre a fúria vermelha e a vida branca era palpável, como fogo e água, o início de um conflito inevitável entre ideologias e emoções.
Ponto de Vista de Obi no Akumu (Lanterna Amarelo do Medo): A Sombra Paralisante
Obi no Akumu se deleitava, saboreando cada gota de terror que emanava do Anel Amarelo. Em uma cidade isolada, ele havia tecido ilusões sombrias e vívidas, materializando os piores pesadelos e medos mais profundos dos habitantes. Gritos desesperados ecoavam pelas ruas desertas enquanto as pessoas fugiam de monstros que só existiam em suas mentes atormentadas. O medo era seu domínio, e ele o cultivava.
De repente, uma onda de energia laranja intensa tentou engolfar e dispersar suas ilusões, um brilho de avareza se aproximando. Uma figura grotesca e magra, adornada com inúmeros objetos roubados e envolta em uma aura de cobiça palpável, surgiu diante dele.
"Afaste-se!" rosnou Gouyoku no Shosha, sua voz carregada de possessividade. "Este medo é meu! Todas as emoções desta cidade me pertencem por direito!"
O medo amarelo confrontava a avareza laranja, um choque entre a exploração das inseguranças mais profundas e a possessão voraz das emoções alheias, uma luta por quem controlaria a alma da cidade.
Ponto de Vista de Kogane no Yorokobi (Lanterna Dourado da Felicidade): O Raio de Sol em Meio ao Caos
Em contraste gritante com o caos crescente e as emoções conflitantes, Kogane no Yorokobi tentava desesperadamente espalhar a alegria. Com seu Anel Dourado, ele criava pequenas bolhas de felicidade pura que flutuavam pelas cidades, pousando sobre os cidadãos e trazendo sorrisos momentâneos aos rostos cansados e assustados. Ele curava pequenos ferimentos com toques de energia dourada e compartilhava sua alegria contagiante, uma força que se opunha à melancolia.
No entanto, ele também presenciava a escuridão crescente: a raiva destrutiva que consumia Akuma no Kenji, a ganância egoísta de Gouyoku no Shosha e o medo paralisante de Obi no Akumu. Ele sentia a necessidade premente de equilibrar essas emoções, de mostrar que a felicidade também era uma força poderosa, não apenas um luxo, mas uma necessidade. Seu desafio era provar que a alegria poderia resistir às sombras.
Ponto de Vista de Zestial (Observador Cósmico): A Sinfonia das Emoções
De seu plano de existência, Zestial observava o despertar e os primeiros confrontos dos Lanternas Primais com um brilho de expectativa em seus olhos cósmicos. O caos inicial era esperado, uma parte intrínseca do "teste" das emoções em Animus Aetherium. Ele via o choque entre a esperança e a raiva, o medo e a avareza, e as outras cores do espectro começando a interagir e se definir em seus próprios domínios.
"O equilíbrio está se formando," Zestial murmurou para si mesmo, sua voz ressoando como o universo. "As emoções precisam se confrontar, se entender e, eventualmente, encontrar seu lugar na vasta e complexa tapeçaria do universo. A verdade de Animus Aetherium se manifesta nessas interações."
Ele sabia que o caminho seria turbulento, cheio de conflitos e provações, mas cada interação, cada choque de emoções, era um passo necessário para a realização de seu plano grandioso. Os Lanternas Primais eram as peças-chave, os catalisadores da evolução, e o "mundo experimento" era o tabuleiro onde seu destino seria traçado, onde as emoções se manifestariam em sua forma mais pura e poderosa.
Agora que os Lanternas Primais estão começando a se confrontar e entender o impacto de suas emoções no mundo, qual será o próximo grande evento que os forçará a uma interação mais direta? Será que a intervenção dos deuses se tornará mais explícita, ou eles deixarão os Lanternas resolverem seus próprios conflitos, e como isso afetará a percepção mortal do "mundo experimento"?