O coliseu de Valhalla silenciava, o rugido da multidão e os estrondos divinos diminuindo gradualmente, mas ainda ecoando a energia residual do confronto épico entre Buda e Hajun. A vitória de Buda, embora árdua e surpreendente para muitos deuses que o consideravam um traidor, deixou um rastro de choque e reavivou uma tênue, mas vital, chama de esperança entre a humanidade observadora, agora mais confiante na possibilidade de sua sobrevivência.
Ponto de Vista dos Lanternas Primais: A Sinfonia das Consequências
Os Lanternas Primais, invisíveis aos olhos mortais e à maioria dos divinos, absorviam as consequências da batalha, suas emoções ressoando com o ambiente e com os sentimentos da multidão.
Ash (Vida): Sentia o alívio da vitória de Buda, uma onda de energia positiva que lavava a tensão. No entanto, ele também percebia a exaustão profunda de Buda e o sofrimento persistente dos feridos no coliseu, tanto humanos quanto Pokémon que estavam sendo atendidos por equipes médicas. Seu Anel Branco irradiava uma suave energia curativa, alcançando discretamente alguns humanos e Valquírias, oferecendo um conforto que eles não podiam explicar.
Naruto (Força de Vontade): Admirava a determinação inabalável de Buda em proteger a humanidade, mesmo enfrentando a ira e a distorção de Zerofuku/Hajun. Sua própria força de vontade se fortalecia com o exemplo, e o Anel Verde pulsava com uma renovada convicção. A vitória de Buda era uma prova viva do poder da persistência.
Aoi Hikari no Sōsha (Esperança): A vitória, mesmo que apenas uma batalha de muitas a serem travadas, era um farol de esperança que seu Anel Azul amplificava exponencialmente nos corações dos humanos, dissipando as sombras do desespero que antes pairavam sobre eles. Ele sentia a fé renascer.
Konjiki no Kaihōsha (Compaixão): Sentia a dor da derrota de Zerofuku/Hajun, a tragédia de sua existência distorcida e a fúria que o consumira. Seu Anel Índigo emanava uma silenciosa empatia, lamentando a essência perdida daquele que já foi puro.
Os outros Lanternas também reagiam à sua maneira, suas emoções colorindo sutilmente a atmosfera ao seu redor, criando flutuações energéticas que alguns deuses mais perceptíveis começavam a notar. Akuma No Kenji sentia a raiva da derrota dos deuses de Valhalla. Gouyoku no Shosha observava o poder de Hajun, cobiçando sua energia demoníaca. Obi no Akumu sentia o medo que a humanidade havia superado, mas também o medo que os deuses vitoriosos impunham. Kogane no Yorokobi sentia a alegria vibrante da vitória humana. Murasaki no Kizuna notava o amor e a união entre os humanos, reforçando esses laços. Kage no Rekuiemu sentia o peso das vidas perdidas, e Shigai no Azatoi sentia a vergonha que alguns deuses sentiam pela derrota.
A Percepção dos Deuses de Valhalla: A Anomalia Energética
Em meio à discussão acalorada sobre o resultado inesperado da luta, alguns deuses com sentidos mais apurados começaram a sentir algo diferente no ar de Valhalla.
Odin: Seu único olho, um poço de sabedoria e premonição, brilhava com uma intensidade incomum enquanto varria o olhar pela multidão divina e humana. Ele percebia sutis ondulações de energia colorida, fugazes como miragens, mas persistentes, que não se encaixavam em nenhuma de suas compreensões de magia ou poder divino. Uma carranca profunda se formou em seu rosto, um pressentimento sombrio e desconfortável o invadia. Algo estava desequilibrado.
Zeus: O Pai dos Deuses, inicialmente jubiloso com a perspectiva da vitória divina geral no Ragnarok, sentia um formigamento estranho e uma intensificação de emoções no ar, como ecos de sentimentos amplificados, mas não originários dos presentes. Ele franziu a testa, sua mente antiquada lutando para processar essa anomalia energética. Era como se a própria "aura" de Valhalla estivesse sendo alterada.
Loki: O deus das travessuras sorria de forma enigmática, seus olhos esmeralda, sempre atentos, captando os mesmos lampejos de energia colorida. Sua mente astuta e caótica imediatamente cogitava uma nova fonte de caos e intriga, algo que ele poderia usar a seu favor. Ele era o único que parecia se deleitar com a incerteza.
Nenhum deles conseguia identificar a origem exata dessas energias, atribuindo-as talvez ao poder residual da batalha de Buda e Hajun, a uma anomalia cósmica temporária ou a alguma influência desconhecida, ainda não compreendida.
O Primeiro Contato: Um Toque de Esperança
Em meio à confusão geral e à celebração contida (ou frustração silenciosa), Ash, guiado por seu instinto inato de ajudar e curar, aproximou-se discretamente de Goll, a Valquíria mais jovem, que estava visivelmente abalada e preocupada com o estado de Buda.
"Você está bem?" Ash sussurrou, sua voz suave quase inaudível no meio do barulho do coliseu. Uma leve aura branca, quente e reconfortante, emanava de suas mãos enquanto ele se aproximava.
Goll se sobressaltou, olhando para o garoto de cabelos espetados com um Pikachu no ombro. Ela não conseguia entender por que ele parecia irradiar uma energia tão... gentil e reconfortante, tão diferente da fúria e do poder que acabara de testemunhar.
"E-eu estou..." Goll gaguejou, confusa, mas uma estranha sensação de calma a invadiu, dissipando um pouco de sua ansiedade e terror. O toque de Ash parecia aliviar o peso em seu coração.
Antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa, Ash se afastou suavemente, desaparecendo na multidão, tão rapidamente quanto apareceu. O breve encontro, no entanto, não passou despercebido por Loki, que observava a interação com um sorriso curioso e uma faísca de intriga em seus olhos.
A Mensagem de Zestial: A Orquestração Continua
Em suas mentes, os Lanternas Primais ouviram a voz calma e ponderada de Zestial, ressoando como um eco distante, mas claro, de seu próprio universo.
"Vocês estão testemunhando um momento crucial, meus Lanternas. A fé da humanidade foi reacendida, um pequeno farol na escuridão, mas a guerra ainda está longe do fim. Permaneçam vigilantes e continuem a influenciar sutilmente, inspirando os campeões com sua coragem e oferecendo conforto aos necessitados, amplificando suas emoções mais puras."
Zestial enfatizou a importância de não revelarem sua verdadeira natureza ou a origem de seus poderes aos deuses de Valhalla ainda. O momento certo para uma intervenção mais direta e explícita seria revelado a eles, um sinal claro.
Intriga Divina e Observação: Sementes da Mudança
Loki, intrigado pelo breve encontro de Ash com Goll e pelas estranhas flutuações de energia que ele havia detectado, começou a investigar discretamente, movendo-se como uma sombra entre os deuses. Usando suas artimanhas e sua vasta rede de informações e espiões, ele tentava encontrar a fonte dessas anomalias, buscando entender a natureza daquela "magia" desconhecida. Sua curiosidade, uma de suas forças motrizes, o levou a observar os humanos e o próprio coliseu com mais atenção, buscando qualquer pista que pudesse explicar os fenômenos incomuns.
Outros deuses, influenciados pelas emoções amplificadas pelos Lanternas, começavam a agir de maneiras ligeiramente diferentes. Talvez um deus da guerra sentisse uma raiva mais intensa pela derrota de Hajun, impulsionando-o a um desejo de retaliação mais agressivo, ou uma deusa da beleza experimentasse um amor mais profundo por seus seguidores humanos, motivando-a a interceder por eles. Essas pequenas mudanças no comportamento divino não eram imediatamente óbvias ou ligadas a uma causa externa, mas plantavam as sementes para futuros eventos, alterando sutilmente o curso do Ragnarok e a percepção dos próprios deuses sobre a humanidade. O jogo estava apenas começando, e os Lanternas Primais eram peças invisíveis, mas poderosas, nele.