Cherreads

Chapter 37 - Capítulo 36: Cores em Valhalla - A Gênese Celestial e Infernal

O instante em que os Lanternas Primais cruzaram a barreira dimensional foi marcado por uma explosão silenciosa de luzes coloridas que se dissipou rapidamente ao se integrarem à atmosfera etérea de Valhalla. Os deuses presentes no coliseu cósmico, focados intensamente no embate brutal e apocalíptico entre Buda e a fusão de Zerofuku/Hajun, mal notaram a sutil, mas crescente, mudança na energia do ambiente. A atenção deles estava presa na violência do Ragnarok, um torneio que decidiria o destino da humanidade.

Ponto de Vista dos Lanternas Primais: Um Mar de Emoções Estranhas

Cada Lanterna sentia a mudança drástica de atmosfera, a densidade esmagadora da presença divina e a energia caótica da batalha que se desenrolava abaixo deles. Eles pairavam, invisíveis à maioria, como observadores cósmicos.

Ash (Vida): O Anel Branco pulsava freneticamente em seu dedo. Ash sentia a dor lancinante dos ferimentos de Buda – cada osso estalando, cada músculo rasgado – e a energia destrutiva e corrompida de Hajun. Seu Anel Branco vibrava com um desejo quase incontrolável de curar, restaurar e proteger a vida que via sendo dilacerada.

Naruto (Força de Vontade): O Anel Verde queimava com uma chama firme em sua mão. Naruto, com sua própria história de superação, admirava a resiliência inquebrável de Buda, sua determinação inabalável diante de um oponente tão esmagador e poderoso. O anel fortalecia sua própria convicção, inspirando-o com a tenacidade do combatente divino.

Akuma No Kenji (Raiva): Seus olhos brilhavam com o vermelho do Anel da Raiva. Kenji sentia a fúria latente em ambos os combatentes – a frustração de Buda e, especialmente, a raiva reprimida e distorcida de Zerofuku que alimentava Hajun. Seu Anel Vermelho vibrava com uma energia destrutiva e contagiante, quase compelindo-o a se juntar à fúria.

Aoi Hikari no Sōsha (Esperança): Mesmo diante da aparente desvantagem avassaladora de Buda, com a escuridão de Hajun dominando o campo, Aoi Hikari via a faísca teimosa de esperança nos olhos de Buda. Seu Anel Azul irradiava uma calma encorajadora, uma promessa silenciosa de que a luz ainda poderia prevalecer.

Os outros Lanternas também sentiam as emoções intensificadas ao seu redor, suas auras se misturando sutilmente com o campo de batalha. Eles se mantiveram discretos, escondidos nas bordas do éter de Valhalla, seguindo as instruções de Zestial de influenciar sem interferir diretamente – por enquanto. Era um teste de sua discrição e do poder de suas emoções sutis.

A Criação do Céu e do Inferno em Animus Aetherium: Um Flashback Cósmico

Enquanto os Lanternas observavam o clímax da luta em Valhalla, a narrativa se desloca brevemente para o passado distante de Animus Aetherium, para um tempo antes mesmo do surgimento das raças mortais de ninjas e pokémon.

Zestial, o Deus da Criação, contemplava o universo que havia cuidadosamente moldado. Nele, as emoções primordiais existiam em um estado bruto e caótico, sem um destino ou um lugar definido após a morte. Para trazer ordem a esse ciclo inevitável e oferecer um destino às almas após a mortalidade, ele, com a ajuda de seus ministros divinos – os Personificados – iniciou a Grande Divisão: a criação dos reinos de pós-vida.

A Ascensão Celestial: Zestial, com a luz infinita de seu ser e a colaboração essencial de Lifery (Vida), Adara (Esperança), Joydan (Felicidade) e a harmoniosa Harmonia (Equilíbrio), moldou os planos celestiais. Um reino de luz radiante, paz eterna, alegria transcendental e beleza indescritível, destinado àquelas almas cujas vidas fossem marcadas pela bondade, pela esperança, pelo amor puro e pela busca do equilíbrio. Cada deus imbuía o céu com sua essência, criando diferentes níveis e aspectos de bem-aventurança, como campos de treinamento eterno ou jardins de meditação pacífica.

A Formação Abissal: Em contraste, para conter as almas corrompidas pela maldade extrema, pela crueldade inerente e pela escuridão avassaladora, Zestial, com a relutante assistência de Raven (Ira), Ofídio (Avareza), Parallax (Medo) e a supervisão sombria, mas necessária, de Nibus/Hela (Morte), criou os planos infernais. Um abismo de tormento eterno, onde as almas seriam confrontadas com seus piores medos, consumidas por sua própria raiva e ganância insaciável, e guiadas pelos domínios inescapáveis da morte. A criação do inferno foi um ato necessário para o equilíbrio cósmico, para que o bem tivesse seu lugar e o mal fosse contido, embora Zestial sentisse o peso de sua inevitabilidade. Era uma necessidade trágica para a harmonia universal.

O Limbo e Outros Reinos: Entre o céu e o inferno, outros planos de existência foram criados para abrigar almas que não se encaixavam perfeitamente em nenhum dos extremos. O Limbo, por exemplo, para aqueles que morreram sem serem batizados ou que viveram vidas neutras. Reinos de transição eram supervisionados por divindades menores ou entidades como Luna, garantindo que nenhuma alma fosse perdida no vazio.

A criação do céu e do inferno em Animus Aetherium estabeleceu um sistema de justiça cósmica e um destino para as almas após a morte, refletindo as escolhas e as emoções que guiaram suas vidas. Este sistema, embora imperfeito em sua aplicação mortal, buscava trazer ordem ao ciclo da vida e da morte, garantindo que o universo de Zestial tivesse seu próprio equilíbrio.

Retorno a Valhalla e a Influência Sutil: O Palco da Intervenção

De volta a Valhalla, a batalha entre Buda e Hajun atingia seu pico de fúria e destruição. A influência sutil e quase imperceptível dos Lanternas Primais começava a se manifestar no campo de batalha, como correntes invisíveis moldando o fluxo da luta:

A aura de esperança de Adara, canalizada através de Aoi Hikari no Sōsha, envolvia os espectadores humanos, reacendendo sua fé na vitória de Buda, mesmo quando as probabilidades pareciam impossíveis.

A determinação inabalável de Naruto, amplificada por Íon, parecia fortalecer a resiliência mental e espiritual de Buda diante dos ataques implacáveis e avassaladores de Hajun.

A energia vital de Ash, conectada a Lifery, sutilmente acelerava a recuperação dos ferimentos de Buda, dando-lhe uma resistência extra e uma capacidade de se reerguer que desafiava a lógica mortal.

No entanto, as emoções negativas também eram amplificadas, refletindo a natureza do campo de batalha:

A raiva de Raven, canalizada por Akuma No Kenji, ressoava com a fúria destrutiva de Hajun, tornando-o ainda mais implacável e caótico.

A cobiça de Ofídio, sentida por Gouyoku no Shosha, admirava o poder bruto e o controle de Hajun, quase como uma força motivadora para sua própria ganância.

O medo emanado por Parallax, percebido por Obi no Akumu, intensificava a apreensão e o desespero nos corações dos humanos, tornando sua crença na vitória mais frágil.

Os Lanternas Primais, observando esse espetáculo de poder e emoção, começavam a compreender o verdadeiro impacto de suas presenças. Eles não eram apenas espectadores; eram catalisadores invisíveis, suas emoções primordiais tecendo-se na própria realidade de Valhalla, influenciando o Ragnarok de maneiras que nem os deuses nem os humanos poderiam perceber. O destino de um universo estava sendo sutilmente alterado pela presença de cores de outro.

More Chapters