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Chapter 40 - Capítulo 39: O Guia das Almas - Legados Através das Eras

Enquanto a batalha entre Qin Shi Huang e Hades continuava a rugir em Valhalla, um confronto que abalava os pilares de dois mundos, em Animus Aetherium, nos domínios etéreos e sombrios da Morte, Nibus/Hela sentia uma perturbação profunda no fluxo usual das almas. Não era uma perturbação caótica ou destrutiva, mas sim um sutil e antigo chamado, a ativação de um sistema cósmico que havia permanecido adormecido por eras.

Ponto de Vista de Nibus/Hela (Deus/Deusa Cósmico da Morte): O Despertar do Protocolo Antigo

Nibus/Hela, em sua forma que podia variar entre uma figura andrógina envolta em sombras profundas e a forma esquelética e majestosa de Hela, sentia o poder frio, inegável e primordial do Anel Negro vibrar em sincronia com algo distante. Não era a vibração usual da morte iminente, do fim inevitável, mas sim um despertar, um acionamento de um protocolo cósmico ancestral.

Lembranças ancestrais, como ecos de eras passadas, afloraram em sua consciência divina. Zestial, em eras primordiais, havia recebido de Illunight, o Personificado da Luz, das Sombras e do Equilíbrio, um sistema intrincado e profundamente complexo conhecido como o "Sistema dos Espíritos". Este sistema tinha como objetivo principal preservar legados importantes de diversos universos e linhas temporais, permitindo que a essência, o conhecimento e a memória de figuras históricas notáveis e até mesmo de divindades poderosas encontrassem novos hospedeiros dignos ao longo do tempo.

O propósito desse sistema era multifacetado e de imensa importância cósmica: aprender com o passado através da experiência daqueles que vieram antes, garantir que certas qualidades essenciais e conhecimentos cruciais não se perdessem no vácuo do tempo e, em momentos de crise universal, talvez até convocar esses legados para influenciar o presente e moldar o futuro. Nibus/Hela, como a própria personificação da Morte, era a chave para este sistema. O Anel Negro da Morte, em sua conexão única e indissolúvel com o ciclo da vida e da morte, atuava como um canal primordial para identificar, catalogar e, em certas condições predeterminadas, ativar os "Espíritos" latentes.

A Ativação do Sistema: O Chamado de Valhalla

A batalha intensa e carregada de história em Valhalla, especialmente o confronto monumental entre Qin Shi Huang e Hades, havia atingido um ponto de ressonância cósmica sem precedentes. As fortes personalidades, os legados de poder que eles representavam e a própria luta desesperada pela sobrevivência da humanidade haviam criado uma assinatura energética única que desencadeou a ativação do Sistema dos Espíritos.

Nibus/Hela podia sentir, em sua própria essência, as assinaturas espirituais vibrantes de figuras notáveis do universo de Shuumatsu no Valkyrie sendo catalogadas e marcadas pelo sistema. As almas dos campeões humanos – suas paixões, suas habilidades, suas crenças – e até mesmo a essência de deuses poderosos como Hades e Poseidon (cuja influência ainda reverberava após sua morte) estavam sendo registradas e armazenadas no vasto arquivo do multiverso, esperando um novo propósito.

Zestial e a Lembrança: O Propósito da Preservação

Em seus domínios celestiais, Zestial sentiu o despertar do Sistema dos Espíritos através de um suave, mas inconfundível, pulso de energia que emanou dos reinos da Morte. Uma onda de memórias cósmicas o atingiu, lembrando-o da dádiva de Illunight e do potencial incomensurável que ela representava para a preservação do multiverso.

Ele se lembrava das longas e profundas discussões com Illunight sobre a importância de preservar a história, o conhecimento e o impacto indelével que certas figuras tinham no tecido do multiverso. O Sistema dos Espíritos era uma forma de honrar esses legados e garantir que suas influências pudessem perdurar de maneiras misteriosas e inesperadas, transcendendo as fronteiras da morte e do tempo.

Zestial compreendeu que a intensidade e a significância do Ragnarok, um torneio que definia a existência, haviam catalisado o sistema, preparando o terreno para que sucessores espirituais de figuras como Nikola Tesla (cujas inovações e genialidade poderiam reaparecer), Qin Shi Huang e até mesmo divindades como Hades e Poseidon pudessem surgir em Animus Aetherium no futuro, em hospedeiros compatíveis, trazendo consigo fragmentos de suas essências.

O Papel do Lanterna Primal Negro em Valhalla: A Dança das Sombras

Embora fisicamente ausente de Valhalla, a influência de Nibus/Hela e do Anel Negro começava a se manifestar de maneiras sutis, quase imperceptíveis, no campo de batalha. As emoções intensas da batalha, a proximidade constante da morte para ambos os lados e os legados históricos em jogo criavam um campo de ressonância perfeito para o poder do Lanterna Negro.

Em momentos de grande perigo para os campeões humanos, uma sombra fugaz poderia envolver suas almas, oferecendo uma resistência momentânea à morte ou uma clareza sombria e inesperada em seus momentos finais, permitindo um último ato de bravura ou uma visão estratégica. Ou talvez, a determinação ferrenha de um deus como Hades em proteger seu reino dos mortos e a honra de sua família fosse sutilmente intensificada pela presença latente do poder da Morte, tornando-o um adversário ainda mais formidável.

O Sistema dos Espíritos estava ativo, e as consequências para Animus Aetherium, e talvez para outros universos, seriam profundas e de longo alcance. O legado não era apenas memória; era uma força viva, esperando para ser reativada.

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