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Chapter 23 - Capítulo 22: O Despertar de Ignis - Demônio Elemental ou Deus Esquecido?

A perturbação elemental sentida por Luna e Susano'o, os recém-ascendidos deuses da lua/elementos e das tempestades/espadas, intensificou-se drasticamente, manifestando-se em fenômenos cada vez mais violentos e visíveis. Terremotos de magnitude crescente abalaram cadeias montanhosas remotas, fazendo picos rochosos desmoronarem. Erupções vulcânicas, antes adormecidas por séculos, mancharam o céu com densas nuvens de cinzas e rios incandescentes de lava que devoravam a paisagem. Estranhas e imponentes formações cristalinas, pulsando com uma energia instável e um calor insuportável, surgiram rachando a terra. No epicentro dessa agitação geológica, nas profundezas de uma cadeia montanhosa esquecida e praticamente inexplorada, uma consciência ancestral e furiosa despertava de um sono milenar.

O Despertar de Ignis: A Antiga Chama do Planeta

Dormindo por eras, talvez por milênios, aprisionado nas entranhas ardentes do planeta, estava Ignis. Sua origem era envolta em mistério, sussurrada em lendas esquecidas por civilizações há muito desaparecidas, cujos ecos mal podiam ser discernidos. Alguns o chamavam de o Primeiro Demônio Elemental, uma força primordial de destruição caótica ligada ao próprio núcleo incandescente do mundo, nascido do caos primordial da criação planetária. Outros, mais reverentes, o veneravam como um antigo Deus Elemental, um ser de poder incomensurável que moldou a própria terra e o fogo em seus primórdios, mas que foi esquecido, traído ou aprisionado com o surgimento de novas divindades e panteões.

Seu despertar foi um processo lento, doloroso e devastador para o próprio planeta. A energia caótica e indomável que emanava de seu núcleo aprisionado buscava avidamente se libertar, causando as convulsões geológicas que agora assolavam a região com uma fúria cega. Sua mente, vasta como as profundezas da terra e ardente como o magma mais puro, despertava não apenas com a consciência, mas com uma fúria latente e ancestral, sentindo a intrusão de outras entidades cósmicas e divinas em seu domínio, o qual ele considerava seu por direito primordial.

A Percepção Divina: Eco do Caos

A ressonância do despertar de Ignis não passou despercebida no palácio celestial:

Luna, com sua profunda e inata conexão com todos os elementos, sentia a presença de Ignis como uma nota terrivelmente discordante e esmagadoramente poderosa na sinfonia da natureza. Não era a harmonia do fogo sob seu controle ou a adaptabilidade dos elementos que ela regia, mas sim uma força bruta, primordial e indomável, como um incêndio florestal apocalíptico descontrolado que consome tudo em seu rastro. Ela percebia a dor profunda do planeta, como se a própria terra estivesse gritando em agonia sob o peso da fúria de Ignis.

Susano'o, sensível às energias caóticas e à ferocidade natural, sentia a fúria elemental de Ignis como uma tempestade iminente e sem precedentes, muito mais poderosa, antiga e destrutiva do que qualquer fenômeno natural que ele controlava ou sequer havia testemunhado. Era uma força primordial, desprovida de razão, disciplina ou propósito que não fosse a pura manifestação de poder destrutivo.

Zestial e os outros deuses cósmicos também sentiram o despertar cataclísmico de Ignis. A perturbação no fluxo de energia primordial do planeta era inegável e preocupante, sentida por todos os níveis da existência divina.

Lifery (Deus/Deusa da Vida) sentiu a própria vida sendo ameaçada e o delicado equilíbrio da biosfera sendo perturbado pela energia caótica e sufocante que emanava da terra.

Raven (Deus da Ira) reconheceu a fúria primordial e avassaladora de Ignis, embora a sua própria ira fosse mais focada e pessoal, a raiva de Ignis era uma força da natureza.

Aevum (Deus/Deusa do Infinito) observou o despertar de uma força tão antiga quanto o próprio tempo, ponderando sobre seu impacto nas linhas temporais e na realidade do planeta, vendo potenciais cataclismos.

Os Primeiros Confrontos: A Fúria Manifesta

A energia elemental bruta liberada por Ignis começou a se manifestar de formas tangíveis e aterrorizantes na superfície. Elementais de fogo e rocha, monstruosidades forjadas de magma e obsidiana incandescente, surgiram das profundezas, atacando vilas isoladas, incendiando florestas e perturbando o delicado equilíbrio ecológico das regiões montanhosas. A natureza selvagem parecia entrar em erupção, refletindo a fúria ancestral de Ignis.

Os Lanternas Primais, cada um sentindo a perturbação em seus respectivos espectros emocionais, foram atraídos, por destino ou necessidade, para as áreas mais afetadas.

O portador do Anel Vermelho da Raiva sentiu uma estranha e poderosa ressonância com o fogo caótico dos elementais, uma conexão com a fúria primordial. No entanto, ele também percebeu a diferença crucial entre sua fúria canalizada (mesmo que mal controlada) e a destruição indiscriminada de Ignis.

O portador do Anel Verde da Força de Vontade (Naruto) sentiu uma necessidade avassaladora de proteger os inocentes e de parar a devastação, sua força de vontade inabalável confrontando a força bruta e cega dos elementais.

Luna, sentindo a dor do planeta e a dissonância em sua própria essência elemental, enviou projeções de sua energia lunar e elemental para auxiliar os Lanternas. Ela os guiava silenciosamente, ensinando-os a manipular os elementos de forma defensiva e a usar a própria natureza para conter os ataques dos elementais.

Susano'o, com sua maestria com a espada, enfrentou os elementais de rocha e lava, seus golpes rápidos, precisos e poderosos encontrando pontos de vulnerabilidade nas criaturas, desfazendo-as em pó e fumaça. Ele usava sua velocidade para desviar dos ataques pesados, focando em rachaduras e pontos fracos das criaturas.

A Questão da Origem: Demônio ou Deus?

Enquanto os confrontos se intensificavam e a devastação se espalhava, a questão da verdadeira natureza de Ignis permanecia um mistério crucial. Era ele um demônio elemental, uma força puramente destrutiva a ser subjugada e selada novamente a qualquer custo? Ou era ele um antigo deus, um ser venerado que foi traído, despertando de um sono forçado e buscando agora reivindicar seu domínio e vingar-se de seus opressores? As lendas antigas eram vagas e contraditórias, sussurrando de um ser de poder imenso que tanto criou a própria crosta terrestre quanto causou cataclismos.

Zestial, com seu conhecimento cósmico inigualável, começou a buscar respostas nas memórias mais profundas do planeta, nas energias primordiais que ainda ecoavam através do tempo e do espaço. A verdade sobre Ignis, o Primeiro Demônio Elemental ou o antigo Deus Elemental esquecido, estava prestes a ser revelada, e sua natureza definiria o destino do conflito que agora se desenrolava, não apenas para os mortais, mas para o próprio equilíbrio divino. A batalha pela alma do mundo estava apenas começando.

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