## **Capítulo 15 – A Criança das Trevas**
O silêncio dentro da câmara era absoluto. A presença da **criança de sombras** parecia preencher todo o espaço, como se o próprio ambiente respirasse ao ritmo de seu corpo imaterial. Seus olhos – dois abismos sem fim – permaneciam fixos em Azazel, como se pudessem ver além da carne, além da alma, além da própria existência.
Azazel manteve-se imóvel, encarando-a de volta. Seu corpo vibrava com a energia acumulada em seus três centros de poder. O **Dantian de Sangue**, agora em estágio sólido, girava como um núcleo estelar dentro de seu abdômen, transbordando um calor escarlate que ameaçava devorar tudo ao redor. Sua **mente**, já livre das amarras comuns da sanidade humana, compreendia o que via à sua frente.
Aquela não era uma criança.
Era uma **manifestação viva de uma força ancestral**.
"Então você me aceita?" ele perguntou com a voz baixa, mas firme.
"Você já foi aceito no instante em que nasceu, Azazel," a criança respondeu, caminhando lentamente até ele. "Seu nascimento não foi um erro. Foi uma consequência inevitável do desequilíbrio."
Azazel franziu o cenho, mas não respondeu.
Ela parou diante dele, tão pequena em estatura, mas tão imensa em poder que o ar ao redor deles ondulava. A energia daquela entidade parecia se conectar com os símbolos das paredes, que agora pulsavam em uma cadência sinistra. Era como se a câmara tivesse vida própria.
"Você chegou até aqui por instinto," ela continuou, "mas agora precisa escolher."
"Escolher o quê?"
"Se tornar o herdeiro daquilo que os deuses selaram... ou virar apenas mais um hospedeiro para o poder que corrompe."
Azazel respirou fundo. O ar ali dentro era pesado, como fumaça densa preenchendo os pulmões. Mas ele não hesitou. Deu um passo à frente e ergueu a mão, encarando aquela entidade de frente.
"Eu não vim aqui para ser um hospedeiro."
A criança sorriu.
"Então tome o que é seu."
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Do lado de fora, a comitiva aguardava em silêncio. O frio tornava cada segundo mais difícil, e a escuridão que emanava da montanha crescia com uma intensidade assustadora. Lizzie observava o portal ainda aberto, os olhos marejados. Maedhros mantinha a mão próxima do grimório que carregava nas costas, sentindo que qualquer movimento errado poderia atrair uma força impossível de conter.
"Ele já está lá dentro há tempo demais," sussurrou um dos cavaleiros de terceira espada.
"Silêncio," respondeu Maedhros. "Se ele sair... será diferente."
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No interior da montanha, as paredes começaram a **ranger**. As runas se acenderam com um brilho carmesim, como se fossem linhas de sangue se abrindo em chamas. A energia dentro da câmara girava violentamente, como um furacão silencioso. Azazel agora estava de joelhos, com a mão estendida para a criança de sombras, que flutuava no ar, os olhos derramando lágrimas negras.
"Você aceita as consequências?" ela perguntou, já desaparecendo em fragmentos de fumaça escura.
"Sim."
O chão tremeu.
A câmara explodiu em luz e sombra ao mesmo tempo.
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Do lado de fora, a montanha rugiu.
Um pilar de escuridão subiu até o céu, cortando as nuvens, transformando o dia em noite. Um **grito ancestral** ecoou por toda a extensão da fronteira do continente norte, fazendo com que até as feras mais profundas da terra se curvassem em pânico.
Maedhros caiu de joelhos, com os olhos arregalados.
"Ele... fundiu-se ao selo…"
Lizzie também caiu, mas não por fraqueza. Foi como se o sangue em suas veias tivesse congelado.
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Quando o silêncio retornou, a escuridão começou a se dissipar, revelando uma figura saindo da fenda. Seus passos eram calmos, mas o mundo parecia tremer a cada pisada.
Era Azazel.
Mas... **não era mais o mesmo Azazel.**
Seus olhos agora eram completamente negros, com um brilho avermelhado girando no centro das pupilas como um eclipse constante. Seus cabelos estavam mais longos, como se a própria energia o transformasse fisicamente. Sua pele, pálida e marcada por símbolos vermelhos incandescentes, exalava poder.
E atrás dele... a **sombra da criança** se erguia como um manto, fundida à sua própria.
Ao vê-lo, todos os presentes se ajoelharam instintivamente. Não por respeito. Por **medo**.
Azazel não disse nada.
Seus olhos pousaram em Lizzie por um breve segundo... mas não havia emoção ali. Apenas um vácuo silencioso que doía mais do que qualquer rejeição.
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Naquela noite, a fenda na montanha se selou novamente.
E o céu, pela primeira vez em milênios, tingiu-se de **sangue** sobre o continente norte.
Azazel havia transcendido.
Não era mais apenas um monstro.
Ele era agora o **sucessor da escuridão selada**, o herdeiro de uma força que fora banida pelos deuses.
E seu primeiro ato seria reclamar **o centro do continente norte** como **seu domínio absoluto**.
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### **Progresso de Azazel
* **Dantian de Sangue**: Estágio Sólido estável. O fluxo é contínuo, com capacidade de absorção multiplicada.
* **Corpo**: Camada Superior aprimorada. Capaz de resistir a magias destrutivas de magos de nível 3, e força equivalente a um ser mágico de nível 2.
* **Esfera Mental**: Transcendência iniciada. Agora capaz de comunicar-se com entidades sombrias e absorver conhecimentos esquecidos.
* **Aptidão Sombria**: Adquiriu uma entidade selada – a *Criança das Sombras* – como parte de si. Capaz de invocar sombras vivas e manipular energia corrompida.
* **Presença Ancestral**: Causa pressão e pânico em seres abaixo do nível 3. Animais e seres mágicos o evitam instintivamente.
N/A: Atualização de capítulos de "O Nascimento Do Demônio" de segunda a sexta.